INTOXICAÇÕES POÉTICAS DA CARNE

Título Intoxicações poéticas da carne
Autores Gal Oppido e Christine Greiner
Ano 2020 | 1º edição
N˚ de paginas 176
Dimensões 25 x 17,50cm
ISBN 978-65-86941-20-3

Sobre o livro
(...)Este livro documenta um encontro ficcional entre o artista Gal Oppido e o lendário artista japonês Yukio Mishima que, em 25 de novembro de 1970, há 50 anos atrás cometeu o suicídio ritual conhecido como seppuku para encerrar um projeto de terrorismo estético que esculpiu seu corpo, seus princípios e uma profusão de narrativas e imagens absolutamente singulares.
Tudo que parece ter importado para Mishima está aqui: os corpos olímpicos, os vestígios de cenas clássicas de cinema, músculos, máscaras, souvenirs made in Japan , estátuas gregas iluminadas por rasgos de sol, a evolução desde a África devorada, sacrifícios renascentistas, a fixação pelos samurais, a obsessão pelos pilotos kamikaze (deuses do vento), uma arrebatadora experiência pop Hokusai-Oppidiana e, ainda, uma cartografia anárquica que parte do nascimento da modernidade até as tecnologias excêntricas de corpos, mídias, cidades e guerras.
Entretempos e intra-espacialidades, bricolagens de vida e morte são fabuladas, através do olhar agudo e sensível de Gal Oppido, fazendo emergir uma história antropofágica da arte e do corpo no Japão.(...)
Christine Greiner é professora da PUC-SP, onde coordena o Centro de Estudos Orientais. Entre seus livros mais recentes destacam-se Leituras do Corpo no Japão e Fabulações do corpo japonês, ambos publicados pela editora n-1.
(…) uma espécie de intervenção fabulatória do artista Gal Oppido, que fez das imagens, performances e livros de Mishima um gatilho poético para criar.(…)
Christine Greiner

(…) As noções de diálogos, influências e mimetismos são negligenciadas quando se trata do caldo tóxico dos devires. O devir francês em Mishima nas vertigens de Georges Bataille. O devir criança convertido em máscara. O devir samurai esvaído em sangue, orgulho e mágoas.
Em Gal, lá estão o devir Hokusai, como um shunga-tropical, a ardência do desejo travestida ora em kimono, ora em borboletas e chamas. O devir avesso do corpo, abjeto, fantasma, dildo, devaneio.
O poder do deliberadamente falso, que não busca interpretar ou explicar
é a chave das fabulações. Elas se tornam cada vez mais vivas, na medida em que
se mantêm distantes daquilo que seria considerado a verdade ou a origem a ser
alcançada. (…)
Christine Greiner